Histórico

Meia Noite – 1042 kg

Nosso rebanho tem origem na exploração iniciada por Wanderley Bernardes em 1973 inicialmente no Vale do Ribeira (Sete Barras, Eldorado e Miracatu) que teve por base 117 fêmeas adquiridas em 9 propriedades durante 8 anos, entre mestiças mediterrâneas e murrahs sobre as quais se promoveram cruzamentos absorventes, tendo sido utilizados 37 touros na produção de 3.335 crias até hoje. Entre 1973 e 1983, houve uma expansão do rebanho com descartes apenas por questões sanitárias face à baixa disponibilidade de fêmeas para aquisição.

Sertãozinho

Em 1983, o rebanho foi transferido para uma propriedade em Sarapuí-SP, tendo se iniciado um processo de seleção baseado na caracterização racial, grau de sangue, velocidade de crescimento e produção leiteira. O manejo alimentar passou a ser baseado na administração de forrageiras em regime de semi-estabulação (napier/cana), tendo havido várias experiências de suplementação com resultados inconsistentes.
Paralelamente à nossa própria exploração desenvolvemos um projeto de fomento visando consolidação a criação da espécie em nossa micro-região, que consistia no fornecimento em parceria com produtores locais 10 matrizes e um reprodutor e a eles transferindo nossa experiência na produção leiteira ficando o leite e metade das crias com o parceiro. Após alguns anos, com o parceiro já possuindo suas próprias matrizes, retirávamos os animais  e, os cedíamos a outros criadores. Em 1994, além da parceria com animais, passamos a adquirir o leite por eles produzido remunerando-o pelo dobro do então valor pago pelo leite bovino, processo interrompido em 1997, porém já com uma significativa bacia leiteira de búfalas implementada na região, que se constitui hoje numa das mais expressivas regiões produtoras de leite de búfalas do país.

Ampliação do valor econômico da produção. A produção leiteira dos animais era totalmente escoada para usinas tradicionais da região, onde o leite não era remunerado pelo seu real valor econômico. Assim sendo, implantamos um pequeno laticínio que, artesanalmente, procurava transformar o valioso leite de búfalas em derivados mais nobres (particularmente a conceituada mozzarella de búfala), de forma a agregar-lhe valor. Outra iniciativa foi o desenvolvimento de pequena “selaria”, que através de convênio com cortumes, adquire couro de búfalos transformando-o em selas e vestimentas, demonstrando a viabilidade da exploração do couro destes animais, até então um fator de depreciação dos mesmos. Da mesma forma, passamos a destinar o abate de animais ao comércio local, procurando estimular o mercado consumidor a conhecer e melhor avaliar as qualidades da carne destes animais, que, anteriormente costumavam ser abatido como bovinos.

Exploração comercial do laticínio. A partir de 1994, o pequeno laticínio já contando com relativo conhecimento na transformação do leite, passou a adquirir a matéria-prima inicialmente junto a seus “parceiros” do programa de fomento, e posteriormente, ampliando este mercado junto a outros criadores da região, procurando remunerar o leite a preços compatíveis com aqueles obtidos por seus derivados e procurando manter  com os produtores estreito relacionamento de forma a, ao invés de simples fornecedores, passarem a ser parceiros da pequena indústria, de quem recebiam orientação sobre o manejo e sanidade do rebanho, bem como contavam com apoio em compras cooperativadas de diversos insumos. Paralelamente, procuramos difundir junto ao mercado varejista as qualidades dos derivados de leite de búfalas, que apresentaram bastante aceitação. O laticínio teve suspensa suas atividades, por razões de ordem pessoal, em 1997. O leite produzido na bacia passou então a ser enviado a outros laticínios que processam exclusivamente leite desta espécie.O impacto da produção de búfalos leiteiros na micro-região pode ser em parte avaliado por uma pesquisa realizada em outubro de 1.996, junto a 26 fornecedores, que bem caracteriza e espelha a realidade destes produtores, cuja íntegra encontra-se neste home page ( pesquisas).

Nosso trabalho concentra-se hoje na intensificação do processo seletivo, buscando um manejo alimentar baseado fundamentalmente em um modelo de pastejo rotacionado na maior parte do ano, e procurando racionalizar o manejo na ordenha e dos bezerros.