Fazenda Paineiras da Ingaí -
Búfalos Murrah Leiteiros |
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Evolução e Perspectivas de uma
Fazenda de Búfalos na região de Caserta (Itália) |
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Texto traduzido por Otavio Bernardes a partir do trabalho de Giuseppe Campanille, extraído do boletim "Buffalo Newsletter - Nº 11 - Março/99. (Nota: 1,28 UFL=unidade forrageira de leite ~ 1 kg de NDT)
Giuseppe Campanile Agricola
Volturno srl Napoli - Itália
Via de Parco Margherita 8, 80100 Napoli - Italy
Área Geográfica
A Fazenda Volturno está localizada numa área montanhosa, na província de Caserta e no vale do rio Volturno. O inverno costuma ser muito rigoroso e a primavera registra temperaturas muito variáveis que resultam num efeito nocivo para a reprodução dos búfalos. A "fazenda" ocupa uma superfície de 3 hectares com estábulos, sala de ordenha, silos e armazém de feno, escritórios e casas para parte dos funcionários, além de 44 hectares para produção de forragens.
Ela foi estabelecida como uma fazenda cooperativa em 1989 com objetivo principal de produção leiteira de búfalas para venda para laticínios, beneficiando-se de recente legislação governamental de fomento para jovens que queiram inicia-se na sua própria atividade.
O projeto da fazenda foi aprovado em 1992, e neste mesmo ano foram iniciadas as construções. As vendas de leite começaram em abril de 1993 e as primeiras novilhas eram ordenhadas com uma ordenhadeira portátil. Em Maio de 1993 a sala de ordenha foi concluída.
A propriedade conta com assistência técnica da Universidade de Napoles Divisão de Ciência Animal de forma que incorpora a maioria da inovações tecnológicas.
Estábulos para os búfalos
Os búfalos são mantidos em estábulos de concreto, com corredores de alimentação que permitem a circulação de tratores e distribuidores de ração ( "unifeed" para mistura total de ração). A limpeza diária é feita por escavadeiras que transportam o esterco para recipientes apropriados. A limpeza diária dos estábulos além de cuidadosa limpeza dos úberes antes da ordenha mantém o número de bactérias em níveis inferiores aos legalmente permitidos para búfalas. A saúde do úbere também é preservada: a contagem de células somáticas se mantém em níveis médios anuais inferiores a 200.000. Ao lado das áreas de concreto há áreas não revestidas onde os búfalos caminham da primavera e verão. Os estábulos tem 90m de comprimento e 15m de largura. Os estábulos para vacas em lactação possuem muro de 3 metros de altura na face norte para protege-los de ventos e são providos ainda de chuveiros para as horas quentes do verão. A sala de ordenha e tanque de expansão ficam no centro da fazenda. A ordenhadeira é do tipo tandem, permitindo a ordenha de 12 búfalas por vez, controlada por um sistema eletrônica para manejo do rebanho.
Grupos de búfalos
As búfalas são divididas em grupos de acordo com o estágio da lactação. Na fazenda tem sido feitos esforços para modificar a estação de parição (do outono para a primavera). Na primavera e verão, quando a produção leiteira é maior, os animais são divididos em três grupos: 1. Búfalas mais velhas, 2. Animais de primeira cria, 3. Animais com uma ordenha diária (para aquelas nos últimos dois meses de lactação e produção inferior a 5 kg/dia). Desta forma a alimentação é mais facilmente distribuída. No inverno, isto é, quando a produção cai, são mantidos apenas dois grupos: 1. Búfalas com duas ordenhas diária e 2. Búfalas em uma ordenha diária. Novilhas e vacas secas são divididas em quatro grupos de acordo com a idade e estágio de gestação. Os animais secos são levados ao estábulo maternidade um mês antes da parição.
Reposição
Procura-se aumentar a produção individual de leite através da utilização de inseminação artificial na estação em que a atividade reprodutiva é mais regular; no futuro e para animais de alta produção desejamos utilizar a inseminação artificial durante o ano todo.
Atualmente descartamos búfalas que produzem menos que a média do rebanho durante 2-3 lactações. Introduzimos no rebanho a cada ano mais novilhas (8-14%) além do descarte compulsório necessário. Por esta razão temos um cuidado muito maior no manejo das novilhas.
Os bezerros são apartados das mães imediatamente após o nascimento. São colocados em baias individuais de aleitamento sob piso de concreto. Recebem um balde com colostro 4 horas após o nascimento. São mantidos nas baias até que se adaptem ao aleitamento artificial. A partir daí são divididos em grupos de aleitamento e são alimentados com um leite especial acidificado (pH=5.7), fornecido frio e à vontade, numa concentração de 18% até a idade de 40-50 dias. A fórmula do leite foi desenvolvida pela Universidade de Nápoles conjuntamente com uma companhia holandesa. Os bezerros são então levados a u novo grupo onde são alimentados com a mesma quantidade de leite, porém, 20% menos concentrado que o anterior (145g de leite acidificado em pó para 1 litro de água). Os bezerros são completamente desmamados com a idade de 60-70 dias, quando apresentam pelo menos 70kg de peso. Durante a fase de aleitamento eles recebem silagem, feno e um concentrado para aleitamento contendo leite em pó desnatado e lactobacilos, com as seguintes características:
MS % |
PB % |
EE % |
Fibra % |
Amido % |
UFL % |
Ca % |
P % |
88.0 |
17.6 |
3.1 |
13 |
16.5 |
0.90 |
0.47 |
0.45 |
Após a desmama, os bezerros são mantidos em um grupo até os 10 meses. Eles apresentam um decréscimo na taxa de crescimento nos primeiros 30 dias após a desmama, provavelmente devido à competição dentro do grupo. Planejamos construir um estábulo para os bezerros de forma a dividi-los nos seguintes grupos de idade: da desmama aos 6 meses, 6 a 12 meses; novilhas para enxertia e novilhas enxertadas.
Alimentação
A área disponível para produção de forragens consiste em 44 hectares para atender a 220 búfalos adultos e 120 animais jovens. 80% da área produz duas culturas por ano: milho + azevém. Alfafa é semeada em Maio em 6 hectares; nos 3 hectares remanescentes somente planta-se milho. Desta forma, 54% da matéria seca necessária é atendida. Na prática, todo milho e a maior parte do azevém para silagem são produzidos na propriedade, enquanto que o feno atende apenas a 13,2% da necessidade. As forrageiras remanescentes (palhas e algum feno) e todo o concentrado são compradas. A Tabela 1 se refere a informação básica da produção de forrageiras e custos.
Tabela 1. Produção de forragem, época de semeadura, perdas após ensilagem e fenação, custos líquidos considerando as perdas (UFL líquido)
Semeadura |
Corte |
Prod/ha |
Custo/ha |
% Perdas c/ |
Custo/t |
|
Milho | 1º Maio | Início Setembro | 18.7 |
992 |
26 |
83.75 |
Milho após azevém |
25 Maio | Metade-Final Setembro |
15.7 |
1.212 |
26 |
121.21 |
Azevém p/ silagem |
Set-Nov | Início Maio | 6.0 |
854 |
30 |
253.99 |
Azevém p/ feno |
Set-Nov | Metade Maio | 5.0 |
716 |
10 |
241.32 |
Alfafa | Maio | 10.0 |
661 |
10 |
122.31 |
NT. Tabela adaptada 1U$= 1.815 It. Lira= R$ 1.82 (meses originais na Itália)
As épocas de plantio e corte são muito afetadas pela localização da propriedade, uma área muito fria e chuvosa. Por esta razão, o plantio de milho é retardado e a produção não é muito maior que a obtida com milho em dois plantios. Porém, quando setembro é particularmente chuvoso, a ensilagem do milho é prejudicada, ocorrendo perdas superiores a 26%. Também as produções de azevém são menores que as obtidas em áreas afastadas 30 km da propriedade. Na realidade, a primavera é também chuvosa, afetando a pré-secagem no campo. Planejamos modificar os silos reduzindo a sua área frontal de maneira que as fermentações na primavera sejam reduzidas. A fim de reduzir as perdas com a fenação, planejamos efetuar feno em "rolões". Planejamos ainda modificar nossas culturas pois acreditamos que a UFL dada pelo azevém é muito cara; o novo programa prevê o seguinte: 38 ha de milho em um único plantio e 6 ha de alfafa. 5,75% da silagem necessária, 70,2% do feno necessário e 100% da palha deverão ser compradas. Com o novo programa, os custos devem ser reduzidos em 21,5%.
Rações
Na tabela 2, apresentamos as diferentes rações utilizadas. As dietas foram alteradas durante estes anos devido ao aumento na produtividade das búfalas. No passado, dietas com menor teor de proteínas e de energia eram fornecidas (14% e 0.82 UFL). Desde 1996 ambos os níveis foram elevados (ver tabela 2). De fevereiro a setembro, quando 80% dos nascimentos ocorrem, a dieta é particularmente rica. De outubro a janeiro, com o período pós parto varia de 120 a 210 dias, a dieta tem menos energia mas mantém a concentração proteica.
Tabela 2. Características químicas da dieta para búfalas em lactação nos seguintes períodos: P1=Primavera-Verão; P2 Inverno; P3=para búfalas em uma ordenha diária; As=búfalas secas; An=Novilhas enxertadas; MT=Novilhas para enxertar.
Grupo | P1 |
P2 |
P3 |
As |
Na |
MT |
MS (kg) | 16.6 |
16.9 |
12.7 |
9.0 |
6.6 |
8.2 |
UFL %MS | 0.945 |
0.872 |
0.830 |
0.620 |
0.76 |
0.76 |
PB %MS | 15.65 |
15.14 |
12.29 |
8.97 |
11.41 |
11.41 |
EE %MS | 5.55 |
3.55 |
3.91 |
2.35 |
2.52 |
2.52 |
Fibra %MS | 18.10 |
18.35 |
20.22 |
32.50 |
26.50 |
26.50 |
Cinzas %MS | 9.43 |
7.00 |
10.45 |
8.52 |
9.71 |
9.71 |
Amido %MS | 16.70 |
15.30 |
17.38 |
9.04 |
11.11 |
11.11 |
NDF %MS | 38.63 |
42.39 |
44.54 |
66.16 |
54.85 |
54.85 |
ADF %MS | 22.0 |
23.19 |
24.58 |
40.40 |
31.91 |
31.91 |
NSC %MS | 30.8 |
31.91 |
26.81 |
14.00 |
21.51 |
21.51 |
Ca %MS | 0.72 |
0.81 |
0.80 |
0.30 |
0.37 |
0.37 |
P %MS | 0.35 |
0.43 |
0.42 |
0.38 |
0.41 |
0.41 |
F:C | 48:52 |
52:48 |
55:45 |
72:28 |
73:27 |
73:27 |
Pode parecer exagerado fornecer 11 UFL para búfalas produzindo apenas 5 kg de leite, porém, nossa experiência mostra que a redução nos níveis de proteína e energia ao final da lactação resultam numa secagem mais rápida do animal com perdas econômicas. Mas devemos levar em consideração que o UFL necessário para manutenção é de 5.75 e os restantes 5 correspondem a 5 Kg de leite produzido, que é muito mais rico em gordura e proteínas ao final da lactação.
Em 1996 e 1997 registramos um aumento na produção média de lactação de 2,2% e 4,9% respectivamente, correspondendo a um aumento total no faturamento por animal, por lactação de US$ 66.67 e US$ 147.66.enquanto que os custos com alimentação aumentaram apenas US$ 88.15. O aumento é evidente em particular para femeas mais velhas (> 8.25%). A proporção Ca:P na dieta das búfalas secas foi também modificada de 1,14:1 para 1:1,3, desta forma a taxa de prolapso reduziu-se de 11,6% em 1993 para 4% em 1995-1996 e para 0,4% em 1997. Acreditamos que estes bons resultados foram obtidos também pelo fato que estes dois minerais não mais foram adicionado à ração como pó mas por uma mistura especial de Ca:P na proporção de 1:2,2 foi preparada e misturada no vagão forrageiro.
As novilhas e bezerras são alimentadas com a mesma dieta dos machos haja visto que pretendemos aumentar o ganho de peso e antecipar a puberdade. No inverno, rações menos ricas são fornecidas a fim de obter um ganho diário inferior a 400 g/d. Observamos que a alternância de altos níveis de energia com baixos níveis de energia dois meses antes de colocar as novilhas com o touro aumenta sua performance reprodutiva.
Distribuição de parições e métodos utilizados para alterar a estação de parições
A demanda por mozzarella é maior no verão, desta forma fomos compelidos a adotar métodos para evitar parições no outono a fim de termos mais leite no verão. No primeiro ano de atividade os nascimentos não foram bem programados devido à falta de recursos e dificuldades na aquisição de novilhas (gráfico 1). Apesar disto, o leite vendido durante a Primavera-Verão representou 58% do leite vendido no ano. Nos anos seguintes, nos mesmos meses, vendemos 56 a 60% do leite. Este último valor reflete a demanda do mercado.
O método utilizado para evitar parições na estação não desejada variou de acordo com a taxa de reposição, fertilidade e nascimentos. No início, mantivemos o touro no estábulo entre outubro até meados de março. Mais tarde, permitimos a presença do touro um mês antes (30 Setembro a 15 de fevereiro). O segundo método, empregado desde 1995, pareceu mais satisfatório. Os gráficos mostram de fato que o número de búfalas mais velhas que pariram na estação desejada foi aumentando desde 1996. Esta distribuição particular de parições permitiu ainda efetuar-se inseminação artificial de dezembro/97 a fevereiro/1998.
Um método diferente é utilizado para as novilhas onde a estação de monta de meados de março ao final de agosto. De fato, neste grupo, um número suficiente de dias entre a parição e o dia em que o touro foi retirado mostrou-se correto. Antecipando a data na qual o touro foi colocado junto com as novilhas não prenhas, induzimos as parições a ocorrerem antes de junho, portanto as primíparas tiveram mais de 90 dias paa serem cobertas (30 Junho - 30 Setembro).
Sabe-se que a adoção de métodos de desestacionalização resultam num aumento do intervalo interparto e reduzem a produção anual de leite. Como indicado na tabela 3, o intervalo interparto (dias) calculado separadamente para as primíparas e paras as mais velhas variou entre 523 dias (1994) a 457 dias (1996) nas primíparas, enquanto que nas búfalas mais velhas o maior valor de 517 dias foi registrado em 1994 e o menor , de 429 dias, em 1996. Uma maior taxa de reposição aumenta o intervalo interparto, porém, aumenta a fertilidade do rebanho. Isto se evidencia na tabela 3 onde a fertilidade na primeira cria é sempre maior que nas vacas mais velhas. Sabe-se também que a parição sazonal é mais acentuada em búfalas mais velhas, que são mais sensíveis ao efeito do touro podem ter uma involução uterina mais lenta devido a alterações do metabolismo mineral.
Tabela 3. Comportamento produtivo e reprodutivo na Fazenda Agricola Volturno
1993 |
1994 |
1995 |
1996 |
1997 |
|
Número atual de búfalos | 86 |
150 |
157 |
152 |
162 |
No. de primíparas | 86 |
66 |
29 |
38 |
52 |
No. parições | 86 |
117 |
121 |
173 |
162 |
No. búfalas prenhas descartadas | 0 |
0 |
16 |
30 |
32 |
No. búfalas não-prenhas descartadas | 2 |
0 |
6 |
13 |
10 |
Intervalo Interparto (dias) | 496 |
520 |
463 |
436 |
475 |
Intervalo Interparto (primíparas) | 496 |
523 |
480 |
457 |
482 |
Intervalo Interparto (muitíparas) | - |
517 |
458 |
429 |
470 |
Fertilidade % | 60.7 |
61.3 |
86.0 |
79.6 |
72.0 |
Fertilidade (primíparas) | 60.7 |
71.2 |
89.7 |
86.1 |
70.0 |
Média anual de produção leite (kg) | - |
- |
- |
2246 |
2390 |
Produção na lactação (primíparas) | 1987 |
2141 |
2075 |
2132 |
2002 |
Produção na lactação (multíparas) | - |
2596 |
2489 |
2606 |
2721 |
Produção na lactação (todas) | 1987 |
2332 |
2372 |
2427 |
2494 |
Durante os primeiros dois anos de atividade, a perda de fertilidade no rebanho (= nº de búfalas que não pariram no ano seguinte) foi de 39% porque o touro foi mantido somente por 5 meses no estábulo (7 meses é o tempo médio onde a atividade é normal) (tabela 3). Isto ocorreu porque muitas búfalas pariram logo após a retirada do touro (gráfico 1). Nos anos seguintes a diminuição de fertilidade reduziu-se para 20%, o que é considerado um valor ótimo para rebanhos e que se aplica a desestacionalização. A redução da fertilidade em 1997 foi resultado da redução da área para cada animal no estábulo. Observou-se uma redução na taxa de concepção quando os dias se tornaram mais curtos, época em que, ao contrário, a atividade reprodutiva deveria ser mais intensa. Naquela época as búfalas dispunham de apenas 9 m2 de estábulo disponível para cada uma, o que é considerado insuficiente. Mais recentemente, reduzindo-se o número de búfalas em lactação e, portanto, aumentando o espaço disponível, a fertilidade parece ter melhorado. A fim de aumentar o número de búfalas em lactação, planejamos construir novos estábulos para as novilhas, a fim de reservar 15 m2 para cada uma.
Gráfico 1. Porcentagem de nascimentos por mês do ano (branco= primíparas, cinza= multíparas)
Melhoramento Genético
Quando a fazenda foi criada, compramos novilhas prenhas, secas e bezerras de propriedades com controle leiteiro oficial com alta produção e em bom estado sanitário (sem brucelose ou tuberculose nos últimos 10 anos). Na tabela 4 apresentamos a produção média das lactações (colunas 1 a 5). As búfalas estão divididas conforme a fazenda de origem (linhas 1 a 5). O número de búfalas esta indicado sob a produção na lactação. Na mesma tabela, a idade à primeira cria, taxa de descarte e produção anual (1992) da fazenda de origem das novilhas compradas são apresentados. (colunas 6 a 10).
Tabela 4. Média de produção por lactação, idade à primeira cria, taxa de descarte e produção anula de 1992 nas fazendas onde foram compradas as novilhas
Fazen |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
Idade à |
Taxa descarte (%) |
Prod. Anual 1992 (kg) |
Prod. Anual primíparas 1992 (kg) |
Prod. Anual multíparas 1992 (kg) |
1 |
1979 |
2523 ab |
2499 a |
2843 |
2882 |
1113 |
47.3 |
1658 |
1917 |
2034 |
2 |
2183 a |
2579 a |
2832 b |
3168 |
2884 |
1163 |
39.5 |
2445 |
2452 |
2714 |
3 |
1835bc |
2293 b |
2703 |
- |
- |
981 |
65.6 |
2318 |
2346 |
2567 |
4 |
1764 c |
2197 b |
2842 |
2813 |
2500 |
|
75.0 |
1814 |
1806 |
1965 |
5 |
2102 bc |
2392 b |
2876 |
2800 |
2340 |
1105 |
33.3 |
2332 |
2359 |
2558 |
Fica evidente que as melhores búfalas são da fazenda 2, a melhor fazenda da Itália por muitos anos, da qual a fazenda 1 comprou os touros que cobriram as novilhas que compramos da fazenda 1. Durante a primeira lactação nós registramos produções com diferenças estatisticamente significantes conforme a fazenda de origem. Na lactação seguinte, as diferenças foram menos significativas em função dos descartes efetuados em taxas diferentes para as búfalas de origem das diversas fazendas (tabela 4).
Mais de 60% das búfalas adquiridas da fazenda 2 apresentam uma produção média na lactação em torno de 2900 kg; algumas delas na terceira lactação ultrapassaram 4000 kg; intervalo interparto de entre 380 e 440 dias. Alguns animais de alta produção (> 2700 kg) foram descartados por problemas nos úberes ou mortes.
Nossa política, que consiste em descartar todas as búfalas produzindo abaixo da média do rebanho, resultaram num aumento na produção leiteira, mais evidente nas multíparas: + 8,2% de 1995 a 1997. O mesmo não se observou nas primíparas, sendo que em 1997 registramos menores produções leiteiras que em anos anteriores (tabela 3). Mas se calcularmos a média sem levar em conta as bezesrras adquiridas da fazenda 3, o novo valor seria de 2300 kg.
Perdas econômicas devidas à opção de uma alta taxa de reposição fica minimizada pelo fato que não vendemos nossos descartes para o abate, mas, sendo búfalas prenhas com expectativa de parição na primavera, seu preço de mercado é mais elevado.
Além disso, diversas búfalas são cobertas por inseminação artificial do final de dezembro ao início de fevereiro em 1996-97 e 1997-98. Durante o primeiro ano, cerca de 30 búfalas foram sincronizadas e a taxa de concepção foi baixa (26%). No ano seguinte, foram usado podometros e uma taxa de 50 foi obtida. No futuro, quando estiverem disponíveis touros de alto mérito genético, será utilizada a inseminação artificial nas melhores 20-30% búfalas, durante todo o ano.
Sete super-ovulações em 5 búfalas foram efetuadas, recuperando-se 4.83 embriões por búfala (mín=0, máx=17). Cinco embriões foram transplantados em receptoras mas ainda nenhum nasceu nenhum bezerro. Planejamos transferir os 18 embriões remanescentes no próximo inverno em búfalas multíparas.
Gostaria de agradecer a todos os membros da fazenda cooperativa pela confiança em todas as inovações implementadas através da colaboração da Divisão de Ciência Animal da Universidade de Nápoles, da qual faço parte. Agradecemos em especial ao professor Luigi Zicarelli, que acompanhou com estusiasmo o desenvolvimento da fazenda, desde o projeto até o estágio de produção. Suas preciosas observações permitiram que nossa fazenda, em poucos anos, se tornasse uma das mais produtivas da Itália. Finalmente, gostaria de lembra o Dr. Stefano Squadrilli, que não mediu esforços no estabelecimento da fazenda cooperativa e que faleceu com 30 anos de idade, deixando um vazio em todos nós.
las foram sincronizadas e a taxa de concepção foi baixa (26%). No ano seguinte, foram usado podometros e uma taxa de 50 foi obtida. No futuro, quando estiverem disponíveis touros de alto mérito genético, será utilizada a inseminação artificial nas melhores 20-30% búfalas, durante todo o ano.
Sete super-ovulações em 5 búfalas foram efetuadas, recuperando-se 4.83 embriões por búfala (mín=0, máx=17). Cinco embriões foram transplantados em receptoras mas ainda nenhum nasceu nenhum bezerro. Planejamos transferir os 18 embriões remanescentes no próximo inverno em búfalas multíparas.
Gostaria de agradecer a todos os membros da fazenda cooperativa pela confiança em todas as inovações implementadas através da colaboração da Divisão de Ciência Animal da Universidade de Nápoles, da qual faço parte. Agradecemos em especial ao professor Luigi Zicarelli, que acompanhou com estusiasmo o desenvolvimento da fazenda, desde o projeto até o estágio de produção. Suas preciosas observações permitiram que nossa fazenda, em poucos anos, se tornasse uma das mais produtivas da Itália. Finalmente, gostaria de lembra o Dr. Stefano Squadrilli, que não mediu esforços no estabelecimento da fazenda cooperativa e que faleceu com 30 anos de idade, deixando um vazio em todos nós.