Fazenda Paineiras da Ingaí -
Búfalos Murrah Leiteiros |
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Manejo de Búfalos |
De um modo geral, o manejo dos búfalos leiteiros
é semelhante ao dos bovinos. Seu consumo de matéria seca em
função do peso corporal é ligeiramente superior ao dos bovinos
sendo, porém, reconhecidamente melhor conversor de alimentos
mais pobres em carne e leite que os bovinos, apresentando excelente resposta na
produção leiteira quando adequadamente alimentadas.(Veja em nutrição).
O processo de ordenha é
usualmente manual, havendo algumas explorações com uso
sistemático de ordenha mecânica, necessitando os equipamentos
pequenas adaptações, particularmente ao que se refere à pressão de
vácuo e eventualmente na dimensão dos bicos. A apojadura
normalmente é feita com a presença do bezerro, o que é
bastante facilitada pelo fato de que em poucas semanas, o bezerro
"aprende"o nome da mãe e assim, atende quando chamado
pelo ordenhador, dirigindo-se sozinho para a sala de ordenha.
Mesmo assim, sem utilização de drogas, temos diversos animais
que "apojam" sem a presença dos bezerros. Não há
necessidade de "amarrar" a fêmea durante a ordenha.
Um cuidado adicional, principalmente nas fêmeas de
maior produção, refere-se à prevenção e tratamento da
mastite. Os úberes são limpos e desinfetados antes e após a
ordenha, o leite é regularmente testado (CMT) a fim de se
detectar a presença de infeção sub-clínica . Nos casos
clínicos os animais são isolados e recebem tratamento
específico. Animais estabulados tem suas fezes recolhidas
diariamente. Atenção especial deve ser dada quando o rebanho
for submetido à ordenha mecânica e os animais forem de maior
produção. O tratamento na secagem é também rotineiro.
Apesar de "rústico", o búfalo está sujeito às mesmas doenças que afetam os bovinos, devendo-se pois atentar para as medidas profiláticas usuais tais como vacinações, desverminizações, pulverizações e exames periódicos de controle.
Dada as características de sua pele, mais
grossa, de pelagem negra e com menor quantidade de glândulas
sudoríparas, principalmente em climas mais quentes, deve-se
evitar o ocorrência de "stress térmico", fornecendo
aos animais sombreamento e/ou água para banho, a fim de evitar
comprometimento na produção leiteira, no desenvolvimento e
mesmo na fertilidade do rebanho. Deve-se atentar para a
contenção destes animais. Assim, as cercas, que podem ser de
arame farpado ou liso devem ser mantidas em bom estado de
conservação. Os búfalos respeitam bem cercas eletrificadas,
mesmo que com um só fio. Observa-se porém que, na ausência de
alimentação disponível, o animal, dado seu porte avantajado,
busca o alimento onde ele se encontrar disponível,
rompendo com mais facilidade cercas em mau
estado de conservação, ou se aproveitando de eventuais
interrupções de energia nas cercas eletrificadas. Como já
dizia um criador, "... a melhor cerca para o búfalo é um
bom pasto...". Alguns criadores optam pela contenção dos
animais à noite, quando aproveitam para suplementar suas
necessidades de volumosos e, dado seus hábitos noturnos, evitar
sua movimentação excessiva. Apesar de seu tamanho avantajado,
os búfalos quando constantemente manejados, tem um temperamento
extremamente dócil, não dão coices e não saltam cercas, sendo
raros problemas com seu temperamento, a não ser em fêmeas com
crias recém nascidas, particularmente novilhas. Porém, não se
verifica o comportamento de dominância observado nos touros
bovinos, onde muitas vezes se pode manter mais de um macho em um
mesmo lote. Os touros adultos não podem ser mantidos juntos,
principalmente em estações de monta. Animais velhos,
principalmente machos, podem apresentar-se mais bravios e nestes
casos, devem ser eliminados.
A rotina e interação com os tratadores é fundamental na manutenção dos níveis de produção em búfalas. Assim, mudanças bruscas de manejo, presença de estranhos durante a ordenha, alterações na regularidade das ordenhas e alimentação podem promover redução importante em sua produção.
Em nossa propriedade estamos atualmente (97-98) alimentando os animais na primavera-verão sob pastejo rotacionado de capim Brachiaria decumbens, com adubação de P e K no início da estação segundo análise do solo e cerca de 33 Kg de N/ha a cada rotação, efetuadas a intervalos de cerca de 32-35 dias, com cerca de 2 dias de permanência por piquete, tendo sido obtido na estação (97-98) um suporte de cerca de 4,1 UA/ha. Na estação seca, utilizamos basicamente silagem de gramíneas (capim tanzânia, braquiarão), elaboradas ou não com aditivos secos (resíduo de cervejaria, farelinho de trigo) e, para os bezerros em lactação, culturas invernais (aveia preta, azevem). Estamos fornecendo concentrado, com cerca de 21% de PB e 70,9% de NDT, além de suplemento mineral, na base de 5 a 6 Kg por dia para vacas em início de lactação (primeiros 90 dias), e posteriormente ajustado segundo a qualidade do volumoso e nível de produção dos animais. O concentrado, misturado na propriedade é composto por resíduo seco de cervejaria, farinha de carne e ossos, farelo de trigo, uréia, sal e suplementos minerais.