A fim de selecionar nossos animais, temos utilizado um modelo
adaptado próprio para estimar a capacidade provável de
produção dos animais, que reproduzimos a seguir. Apesar de
método muito criticado, tem a vantagem de poder ser efetuado
pelo próprio criador, sem conhecimentos aprofundados de
melhoramento genético nem de recursos computacionais
sofisticados.
Modelo para Cálculo da
Capacidade Provável de Produção
a partir da Produção Média Desestacionalizada
A fim de permitir a comparação entre a produção de animais
nascidos em diferentes anos, com produção em anos também
diversos e número de crias variáveis, estabelecemos um sistema
de avaliação simplificado, passível de ser aplicado a partir
da coleta sistemática da produção individual e de um sistema
que controle a genealogia dos animais e que basicamente é o
seguinte:
- Consideramos que da 3a cria em diante, a
produção se estabiliza (as médias de produção de
animais são estatisticamente diferentes entre a 1a,
2a e 3a crias, estabilizando-se
após até pelo menos a 9a cria).
- Se a produção de um animal variar de um ano para outro
após a 2a cria, creditamos esta diferença ao
manejo, e não a seu potencial produtivo.
A partir destas premissas efetuamos o seguinte:
- Calculamos a variação média havida entre duas
produções consecutivas disponíveis de vacas de um ano
para outro, para vacas com 3 ou mais crias, criando assim
um índice, que denominamos índice de sazonalidade, ou
seja, se de 1985 para 1986 as vacas que tinham mais de 2
crias aumentaram sua produção de 2.000 em para 2.200
Kg, sendo o índice de 1985 igual a 100, o de 1986 seria
110, em outras palavras, para comparar a produção de
1986 com a de 1985, deveríamos multiplicar a produção
de 1985 por 1,1.
- Com o procedimento acima, elaboramos índices de
variação para cada ano de manejo desde 1983 até 1997,
com os dados disponíveis, e "ajustamos" a
produção de cada animal, a cada ano, para base de 1997.
- Com a produção "desestacionalizada",
comparamos a produção havida em cada lactação (ordem
de cria), de um mesmo animal, a fim de verificar qual a
influência da ordem de cria na produção. Este cálculo
gerou índices para ajustar a produção de qualquer cria
para a 3a lactação.
- A partir dos índices obtidos na etapa precedente,
corrigimos as lactações para a 3a cria.
(Lembramos que em nosso controle leiteiro, a base é de 2
ordenhas diária, de forma que havendo apenas uma
ordenha, corrigimos a produção em 30%).
- Com os procedimentos acima, obtivemos a produção de
cada vaca em 2 ordenhas, corrigidas para a 3a
lactação e sem efeitos do manejo empregado a cada ano.
- Com estes dados, calculamos a média das produções
deestacionalizadas e ajustadas de cada uma das vacas.
- Através do método denominado Capacidade Provável de
Produção (CPP), que é uma forma de estimar o potencial
produtivo de um animal a partir de informações de seu
desempenho e/ou no de seus parentes, calculados como:
CPP= (b1 * DMV) + (b2 * DMT)
Onde:
DMT= diferença média das progênies dos touros
DMV= diferença média da vaca em relação à média de
suas contemporâneas de rebanho (substituído pela produção
desestacionalizada)
b1= (rD - B2 ) / (AD - B2 )
b1 pondera a diferença média dos desempenhos da vaca
Onde:
B= 0,25 * h2 (h2=herdabilidade da
característica)
D= [1+ (p-1) h2/4 ] /p (p = número de filhas
do touro (pai da vaca em análise))
A= [1+(n-1) r ] /n (r = repetibilidade da característica)
n = número de desempenhos de cada vaca
b2= (AB - rB) / (AD - B2) b2 pondera a
diferença média das progênies dos touros
Para efeito de cálculos utilizamos as estimativas de
herdabilidade (h2 ) e repetibilidade para a produção
leiteira de búfalas ajustada a 305 dias, respectivamente de
0,436 e 0,684, obtidas no trabalho de Tiwana (Índia).