Fazenda Paineiras da Ingaí - Búfalos Murrah Leiteiros
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Avaliação do escore
de condição corporal
The Babcock Institute
International Dairy Research and Development
UW-Madison, Wisconsin (
Texto original em inglês)

ESCORES DE CONDIÇÃO CORPORAL
Michel A. Wattiaux

Figura 1: Balanço energético de vacas leiteiras em início de lactação.

CONDIÇÃO CORPORAL

A quantidade de reservas corporais que uma vaca possui à parição tem grande influência em potenciais complicações no parto ou imediatamente após, na produção leiteira e na eficiência reprodutiva. Vacas que estiveram muito magras:

* Reduzem a produção leiteira devido à falta de reservas corporais adequadas para uso no início da lactação;
* Tem maior incidência de certas doenças metabólicas (cetose, deslocamento do abomaso, etc.);
* Atraso do aparecimento do cio após o parto;

Por outro lado, as vacas que estiverem muito gordas terão:

* Mais complicações no parto (parto difícil );
* Diminuição da ingestão voluntária de matéria seca que predispões a vaca a aumento de certas doenças metabólicas ( síndrome da vaca gorda, cetose, etc. );
* Redução da produção de leite.

Figura 2: Identificação de partes do corpo utilizadas para avaliação da condição corporal

 

Figura 3: Escores de Condição Corporal para vacas holandesas (Adaptado de A.J. Edmondson, I.J. Lean, C.O.Weaver, T. Farver e G. Webster. 1989. A body condition scoring chart forHolstein dairy cows. J. Dairy Sci. 72:68-78.)

Portanto, o objetivo é ter vacas em boas condições à parição, nem muito magras, nem muito gordas. A condição corporal é uma avaliação subjetiva da quantidade de gordura ou quantidade de energia armazenada que uma vaca possui. A condição corporal se altera através da curva de lactação. As valas em início de lactação tem um balanço energético negativo (despendem mais energia do que ingerem), reduzindo sua condição corporal (mobilizando as reservas corporais). Para cada quilo do corpo mobilizado, é produzida energia suficiente para produzir 7 quilos de leite. As vacas em início de lactação não devem perder mais de 1 quilo de peso por dia. Em contraste, as vacas ao final da lactação tem um balanço energético positivo e ganham condição corporal, repondo as reservas perdidas no início da lactação. Portanto, a condição corporal ideal se altera de acordo com os estágios da lactação. (Figura 1).

ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL ATRAVÉS DA LACTAÇÃO

O escore de condição corporal é uma ferramenta prática usada para ajustar a alimentação e manejo a fim de maximizar o potencial de produção leiteira e minimizar problemas reprodutivos.

O escore de condição corporal é determinado por observação visual da anca da vaca – primariamente a região delimitada pelos ossos do quadril (tuber coxae), (tuber ischii) e inserção da cauda. A quantidade do cobertura das vértebras no dorso é também usada. (Figuras 2, 3 e 4). As vacas são normalmente avaliadas numa escala de 1 a 5, sendo que para as vacas extremamente magras se atribui índice 1 e para as extremamente gordas, indice 5. (Figura 4)

Tabela 1: Efeito da perda de escore de condição corporal do início da lactação sobre a taxa de concepção.

	Perda de Condição             Taxa de Concepção       

	Menos que 1 unidade     		50%                      

	De  1 a   2 unidades    		34%                      

	Mais que  2 unidades    		21%                    

Uma condição corporal de 1,5 um ou dois meses depois do parto não é desejável pois indica severa desnutrição (balanço energético negativo, Figura 4a ). Um condição corporal de cerca de 3,0 (Figura 4b) será típica para uma vaca recuperando as reservas corporais ao meio da lactação. No término da lactação e durante o período seco, uma condição corporal de 3,5 será o desejável.

Figura 4: Exemplos de vacas com condições corporais de 1,5 (a), 3,0 (b), e 4,5 (c)

Os escores de condição corporal recomendados para os vários estágios da lactação são:

Parição.................. 3,0 a 3,5
Cobertura .............. 2,5
Término lactação... 3,0 a 3,5
Período seco......... 3,0 a 3,5

Estes escores de condição corporal fornecerão à vaca reservas suficientes para minimizar os riscos de complicações no parto, além de maximizar a produção leiteira no início da lactação. Como a produção leiteira declina ao final da lactação, as vacas ganham peso de forma mais eficiente. A super oferta de concentrados é uma erro comum de manejo. As vacas que consomem concentrados demais na última parte da lactação, tendem a se tornar obesas (Figura 4c). Estas vacas tendem a ter partos difíceis e a desenvolver outras desordens (síndrome da vaca gorda).