Fazenda Paineiras da Ingaí - Búfalos Murrah Leiteiros
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otavio@ingai.com.br

Alimentação de vacas
em clima quente
Barney Harris Jr. - 1992
Universidade da Florida, Gainsville

Traduzido por Otavio Bernardes .Nota do tradutor: Trabalho direcionado à exploração de bovinos leiteiros de alta produção, porém, muitas das informações nos parecem de grande valia aos rebanhos bubalinos dedicados à exploração leiteira sob nosso clima tropical.

É bastante conhecido que o stress térmico (calor) tem um importante impacto negativo na performance de vacas em lactação. Este declínio ocorre quando a temperatura média se aproxima de 24ºC. Além da temperatura, a umidade e velocidade do vento também afetam a performance.

É de conhecimento comum que os animais perdem calor corporal por radiação, condução, convecção e evaporação. O conhecimento destes princípios auxiliará o criador a desenvolver programas para aliviar o stress pelo calor nos animais.

A perda de calor por radiação depende da temperatura da superfície que irradia para outra, e não da temperatura do ar entre elas. Por exemplo, um galpão frio se aquece quando cheio de animais ou, um animal pode ganhar calor exposto ao sol. A perda de calor por condução acontece quando o animal está em contato direto com objetos como terra ou o alimento e água por ele consumidos. Um animal estando em um tanque com água fria perderá calor para a água por condução. A perda de calor por convecção é a transferência de ar quente do corpo pelo vento ou por ventilação forçada. Resfriamento evaporativo é a perda de calor do corpo pelo suor e respiração. Recentemente, os criadores tem aplicado estes princípios e utilizado sombreamento, aspersores e ventiladores para o resfriamento dos animais no verão. Estudos na Flórida mostraram que com uso apenas de sombra, houve aumento na produtividade leiteira em 10%, em dois anos consecutivos.

Em um estudo no Arizona, Armstrong e Weirsma relatam um aumento no consumo de matéria seca e produção leiteira quando colocado sombra sobre os cochos. Todas as vacas tinham acesso a sombras no curral, mas somente metade tinha acesso ao alimento coberto por sombra, os resultados foram os seguintes.

Tabela 1. Produção leiteira e consumo de alimentos com e sem sombra sobre os cochos.

Tratamento

Nº Vacas

Leite
(Kg)

Gord.
(%)

Leite
corr.3,5%G

Cons.MS Kg

Com sombra

26

31.0

3.51

31.1

21.8

Sem Sombra

27

28.8*

3.47

28.6

20.5

* (p<0.05)

Conforme aumenta o calor, a diferença de temperatura entre o corpo do animal e o ambiente se reduz, reduzindo a quantidade de calor corporal que pode ser perdido. Com o aumento da temperatura do ambiente, o animal deve contar mais com as perdas evaporativas (suor e respiração) para perder calor. Um resfriamento ativo como a respiração, aumenta as necessidades de manutenção (energia) do animal. Como resultado, as necessidades de manutenção de uma vaca de 635 Kg produzindo 27Kg de leite é cerca de 20% maior quando a temperatura é de 35ºC em relação a uma temperatura de 20ºC. Desta forma, fica fácil entender o impacto do stress térmico em vacas de alta produção em início de lactação, quando o consumo de energia é crítico para seu desempenho.

A alimentação de vacas de alta produção torna-se cada vez mais complicada face ao aumento contínuo dos níveis de produção leiteira. Conforme aumenta o nível de produção leiteira, a vaca necessita ingerir maior quantidade de alimentos, ou os alimentos devem conter mais nutrientes por Kg. Este último, parece ser o mais comum nos últimos anos. A quantidade e densidade de nutrientes na ração continua a aumentar pela adição de uma sempre crescente quantidade de concentrados na ração. Adota-se o princípio de quanto mais concentrados são fornecidos, mais nutrientes são consumidos por Kg de ração, e uma maior quantidade de matéria seca é consumida. Apesar de boas práticas e estratégias serem utilizadas, com o aumento do nível de energia, o consumo de alimentos declina devido a ocorrência de condições de acidose causadas pela falta de volumosos na ração.

Práticas correntes em muitas fazendas determinam um limite com respeito tanto à concentração de nutrientes que podem ser adicionados na ração diária quanto a quantidade de alimentos que podem ser consumidos. Devemos obter melhores conhecimento que devem ser feitos para um ajuste fino do que deva ser uma ração bem balanceada e , ao mesmo tempo melhorar a qualidade das forragens disponíveis.

 É sabido que vacas em início de lactação não consomem tanta ração quanto em períodos mais tardios da lactação, apesar de manter o mesmo nível de produção. O consumo de alimentos fica atrasado em relação à produção leiteira cerca de 2 ou 3 semanas após o pico de produção. Isto resulta em um balanço energético negativo e consequente mobilização de reservas corporais para suprir este deficit, resultando em alguma perda de peso. Porém, é normal para vacas de alta produção perder peso no início da lactação, energia e principalmente as proteínas disponíveis das reservas corporais podem suprir até certa quantidade suas necessidades. Com a mobilização da gordura corporal, proporcionalmente, mais energia do que proteína se tornam disponíveis. Assim sendo, o percentual de proteína na ração nos estágios iniciais da lactação devem ser maiores, a fim de maximizar a eficiência da utilização de energia e atender as necessidades de proteínas.

Na maioria das situações alimentares, a energia é o nutriente limitante primários nas vacas de alta produção. Pesquisas na Universidade da Flórida, mantendo diferentes níveis de densidade de energia nas rações, resultaram em diferentes níveis de ingestão de alimentos, mas níveis similares de ingestão de energia. Quando dietas altamente digeríveis são consumidas, o consumo de energia freqüentemente se mantém e o consumo de matéria seca declina. Estas dietas são normalmente associadas com uma redução no conteúdo de gordura do leite, perdas nas fezes e acidose. O consumo de matéria seca parece aumentar com o aumento da digestibilidade de uma dieta, de uma dieta com baixo conteúdo energético para uma de alto conteúdo energético. Acima de níveis de 74 a 76% de NDT, o consumo está mais relacionado com o nível de produção leiteira e necessidades de energia das vacas. O ponto exato no qual a depressão da ingestão ocorre é variável, mas usualmente entre 72 a 76% NDT ou 1,68 a 1,72 Mcal/Kg de matéria seca da ração.

Energia e/ou Ingestão de Matéria Seca

O consumo de energia pode ser comparado ao consumo de matéria seca, visto que o consumo de MS é o fator chave na maximização da performance produtiva.

Duas abordagens práticas tem sido utilizadas com sucesso: 1) aumento de ingestão de matéria seca pela alimentação com maior freqüência, melhor qualidade da forragem, alimentos mais palatáveis e maior balanço dos nutrientes; ou 2) aumento na densidade de energia ou concentração por unidade de matéria seca consumida.

 O consumo de MS é importante na formulação de rações de vacas leiteiras dada sua estreita relação com a produção leiteira. O consumo de MS pela vaca dependem de diversas variáveis que podem ser incluídas em três categorias: do ambiente; diferenças individuais; e do tipo e qualidade dos componentes da ração. Estas variáveis são mostradas na tabela 2.

Tabela 2. Variáveis que interferem no consumo de matéria seca

Ambiente Vacas Ração
Temperatura Produção Leiteira Textura física
Ventilação Tamanho corporal Palatabilidade
Umidade Status hormonal Conteúdo de Fibras
Refeições / dia Raça Balanço de Nutrientes
Água Escore de Condição Corporal Conteúdo de Umidade
Ventiladores / Aspersores Estado de Saúde Qualidade da Forragem
  Estrutura Social  

Altos níveis de fibra na ração podem reduzir a ingestão de energia com impacto negativo na digestibilidade e ingestão de MS. Isto é especialmente verdadeiro para volumosos que possuem alto teor de NDF (Fibra Detergente Neutro) como o "bermuda-grass". NDF é a mais completa medida da fibra total visto que mede a celulose, lignina e hemicelulose. Fibra Bruta mede apenas a celulose e alguma lignina, enquanto que ADF (Fibra Detergente Ácido) inclui celulose e todo a lignina. Por esta razão, ADF está mais relacionada à digestibilidade e NDF com o preenchimento do rúmen ou ingestão de MS.

Pesquisas tem demonstrado o uso de NDF como guia prático para a formulação de rações para vacas leiteiras. O esquema (tabela 3) é baseado primariamente no uso de silagem e feno como fontes de volumosos.

Tabela 3. Sugestão de níveis ótimos de NDF como porcentagem da
matéria seca (MS) da ração total em vários níveis de produção leiteira.

Leite c/3,5% MG Nível ótimo NDF %

31.7

28-32

22.5 - 31.7

32-36

15.9 - 22.5

36-38

- de 15.9

38 e +

 

O uso dos valores de NDF pode ser útil ao adquirir feno e ao balancear rações para vacas de alta produção. O uso dos valores de NDF devem ser utilizados apenas como guias visto que o tamanho das partículas, comprimento do corte, eficiência da fibra e palatabilidade não são medidas pelo NDF sendo porém elementos importantes a considerar na formulação de rações para vacas leiteiras. Rações com caroço de algodão devem ser ajustadas para cima quando se usam valores de NDF visto possuírem uma taxa de passagem maior que rações contendo feno. Pesquisas na Flórida indicam que os níveis de NDF devem ser de 35% para rações com caroço de algodão para vacas de alta produção.

As novas recomendações de 1988 do NRC sugerem um mínimo de 21% ADF e 28% de NDF para vacas durante as três primeiras semanas de lactação. Estudos em Michigan mostraram vantagens no uso de um nível mais elevado de ADF (23% ADF) para vacas em início de lactação. Assim que as vacas aumentem a produção leiteira e o estágio de lactação, o conteúdo de fibra da ração pode ser reduzido, devendo ser elevado da metade para o final da lactação.

 

Ingestão de Proteínas

A ingestão de proteína digerível declina na mesma proporção da redução da ingestão de matéria seca total associada ao calor. O aumento da proporção de proteínas na dieta é necessária para suprir as necessidades de vacas de alta produção. Porém, rações ricas em proteína podem resultar em níveis excessivos de amônia no rúmen, que requerem energia extra para metabolizar e excretar a amônia em forma de uréia. O consumo de energia metabolizável decresceu em 12 kcal por grama de nitrogênio digerido consumido acima das necessidades em um estudo. Além disto, dietas com alto conteúdo em proteínas degradáveis no rúmen tem sido implicadas em problemas de infertilidade em rebanhos leiteiros. Um trabalho no Arizona onde vacas foram alimentas com dietas com alto teor proteico (19% de PB) com média e altas degradabilidades, a dieta com maior conteúdo de proteínas degradáveis reduziu a produção leiteira (26.9 Kg) quando comparada com a dieta com conteúdo médio de proteínas degradáveis no rúmen (28.9 Kg leite). Parece haver um antagonismo entre stress pelo calor e rações com alto conteúdo de proteínas degradáveis no rúmen. Em dietas com menor teor de proteínas (tabela 4), não há diferença entre ingestão de matéria seca ou produção de leite.

 Vacas de alta produção respondem à adição de proteína bypass (não degradáveis no rúmen), mas não as vacas de média ou baixa produção. Os níveis de proteína devem ser maiores no início da lactação, enquanto as vacas permanecerem em balanço negativo. Os níveis devem ser de 16 a 17% de PB na matéria seca das rações baseadas em silagem e de 14 a 15% nas baseadas em caroço de algodão. Menos proteínas são necessárias quando as vacas reduzem a produção.

 

Em alguns casos, uma combinação de proteínas bypass e nitrogênio não protéico (uréia) pode igualmente ser produtivo e mais econômico. Isto é especialmente verdadeiro quando boas fontes de proteínas bypass como resíduo de cervejaria ou de destilaria possuírem preços econômicos.

Com o aumento da produção leiteira, torna-se mais e mais importante que alguma proteína da dieta escape da degradação no rúmen. Pesquisas sugerem um nível um pouco maior de proteínas ao início da lactação, com cerca de 35 a 40% de proteínas não degradáveis (bypass).

Tabela 4. Influência do nível de proteínas e degradabilidade na performance de vacas em lactação no verão.

Nível de Proteína

19%

19%

16%

16%

Degradabilidade

Alta

Média

Alta

Média

Leite (Kg/dia)

26.9*

28.9*

28.5*

28.4*

Leite 3,5% MG

23.5*

26.6**

26.2**

27.0**

Ingestão MS (Kg/dia)

21.5***

21.9***

23.3****

23.0****

Temperatura elevada. 60 vacas.
*,** sinais diferentes mostram diferenças significativas (p <0.05)
***,**** (p<0.10)

Minerais

Estudos recentes na Flórida mostraram vantagem na adição de mais sódio, potássio e magnésio durante períodos de stress pelo calor. Vacas recebendo altos níveis de potássio e sódio produziram 0,9 Kg a mais de leite e pareceram mais confortáveis ou menos estressadas em dias quentes. Os níveis de potássio e sódio devem ser calculados com base na matéria seca, de forma que a ração final contenha cerca de 1,5% de potássio e de 0.5 a 0.6% de sódio. Trabalho recente também mostrou a vantagem de aumentar o magnésio além da recomendação do NRC de 0,2% da MS para um nível próximo de 0.3% da matéria seca. (Tabela 5).

 

Misturas minerais contendo níveis mais elevados de potássio e sódio devem ser fornecidas apenas para vacas em lactação, visto que o edema de úbere é mais prevalente em vacas secas recebendo sal ou potássio extra. Na alimentação sob condições do verão, a matéria seca deve conter cerca de 1,5% de potássio, 0.6% de sódio e 0,3% de magnésio.

Tabela 5. Efeito da adição de magnésio, potássio e sódio à ração na produção leiteira e composição durante o verão.

  

Magnésio

Potássio

Sódio

 

0.21

0.32

1.3

1.8

0.18

0.55

Ingestão MS

23.7

25.1

17.8

18.5

18.0

18.1

Leite (Kg/d)

24.5

25.9

19.0

19.8

18.9

19.8

Gordura %

3.46

3.48

3.50

3.48

3.46

3.53

Proteína %

3.36

3.35

3.60

3.50

3.57

3.53

Leite 4%G

22.4

23.9

17.4

18.3

17.3

18.4

Produtos Fúngicos e Stress pelo Calor

A utilização de um produto fúngico (Amaferm) em estudos no Arizona em vacas com stress térmico resultaram em menor temperatura retal e taxas de respiração que animais controle, apesar da magnitude destes efeitos ter sido variável. Além disto, pesquisas com outro produto fúngico (YeaSacc) apresentou resultados similares. Apesar dos autores não justificarem o mecanismo responsável pelo decréscimo da temperatura corporal, uma possível influência no "centro de controle de temperatura do corpo" foi sugerido.

 

Ingestão de Água

O consumo de água de animais leiteiros é influenciado por muitos fatores incluindo tamanho corporal, meio-ambiente, temperatura da água, umidade, alimentos disponíveis, sal e nível de produção leiteira. Geralmente uma vaca consome de 2 a 4 litros de água por Kg de matéria seca consumido e um adicional de 3 a 5 litros por Kg de leite produzido. Normalmente, no calor, o consumo de matéria seca e de produção leiteira declina, mas o consumo de água aumenta devido ao efeito do aumento da temperatura. Pesquisadores no Texas mostraram alguma melhora na performance produtiva quando a água foi fornecida resfriada durante o verão.

 

Sumário

Em resumo, perdas econômicas de situações de stress pelo calor durante os meses de verão são grandes. Tanto estratégias nutricionais quanto de manejo são necessárias a fim de minimizar o problema. As estratégias a seguir podem ser úteis na redução do stress.

 

Estratégia no Início da Lactação

Desde que a produção do pico e persistência são fatores chaves na determinação no nível de produção e lucratividade, um programa alimentar para o início da lactação deve ser desenvolvido para maximizar a performance. Visto que os estágios iniciais da lactação são estressantes para a vaca leiteira, torna-se importante que a vaca esteja em boa condição corporal à parição e de alguma forma bem adaptada ao programa alimentar. Em geral, vacas em início de lactação devem ser alimentadas com rações bem balanceadas de acordo com seu apetite por um período de 3 a 4 meses.

 

Alimentação de Novilhas de 1a Cria

As novilhas de primeira cria sofrem consideráveis alterações sociais após a parição visto que sua rotina e padrão alimentar é alterado e ainda é colocada com vacas mais velhas e agressivas. O stress destas mudanças é parcialmente reduzido quando se permite que se junte previamente ao grupo de vacas secas nas pastagens, bem como que passe pela sala de ordenha antes da parição. Isto permitirá sua familiarização com o novo ambiente e instalações. Também é vantajoso manter as novilhas de primeira cria com vacas mais velhas em início de lactação durante as primeiras 3 a 4 semanas de lactação para melhor observação e facilitação de seu treinamento, bem como o desenvolvimento de bons hábitos de ordenha. Após este período, as novilhas devem ser colocadas em grupo separado a fim de maximizar a ingestão e produção. Trabalhos ingleses mostraram um aumento de produção leiteira de 700 litros por vaca quando novilhas de primeira cria são agrupadas e alimentadas em conjunto, comparadas com outras misturadas com vacas mais velhas. Visto que a maior vantagem costuma ocorrer nos primeiros 120 dias de lactação, estas novilhas podem ser incorporadas ao restante do rebanho após 120 dias de lactação ou assim que for conveniente. Se mantidas em grupo separado durante toda a lactação, o super-condicionamento será um problema.

 

Freqüência de Alimentação

Vacas de alta produção necessitam grandes quantidades de alimentos a fim de manter um pico elevado de produção e atingir seu potencial genético de produção leiteira. Isto pode ser obtido pela alimentação de uma ração adequadamente balanceada em 2 a 4 refeições diárias. Em geral, alimentando-se com maior freqüência estimula a ingestào de alimentos; mantém o pH do rúmen mais uniforme, uma taxa de gordura mais estável e menos problemas associados a distúrbios metabólicos, bem como reduz a perda de alimentos. Vacas que têm acesso aos alimentos por 12 a 15 horas por dia terão consideravelmente mais chances no cocho do que se alimentadas quatro vezes por dia. Assim mesmo, o alimento deve ser distribuído no cocho pelo menos duas vezes ao dia a fim de manter seu frescor. Três a quatro vezes por dia é sugerido no calor. Permita que as vacas tenham acesso à comida durante os horários mais frescos do dia.

 

Instalações

As instalações e corredores de acesso devem ser planejados para evitar o stress. Evite tocar os animais por longas distâncias e evite que vacas permaneçam em espera em locais não sombreados por longos períodos. Vacas que permanecem em pé sob áreas concretadas ou pavimentadas por longos períodos tendem a ter problemas nos cascos. Utilização de camas ou estábulos tipo "free stall" são úteis.

Parasitas Externos

Controle moscas e outros insetos e parasitas o máximo possível, visto representarem sérios problemas na indústria leiteira. Sua prevalência é maior durante a primavera e o verão e devem ser controlados com o uso de pesticidas específicos e programas preventivos. Mantenha cortados o mato e a grama em volta dos estábulos para evitar focos. Consulte especialistas para recomendações mais detalhadas.

 

Síndrome da Vaca Gorda

Os criadores em ocasiões pouco comuns, permitem que as vacas tornem-se muito gordas durante o período seco. Esta situação é tão ruim ou mesmo pior que vacas sub-alimentadas. Vacas gordas comem pouco e geralmente têm mais problemas no parto. Os problemas mais freqüentemente encontrados nas vacas gordas incluem cetose, febre do leite e produção reduzida. As vacas devem estar em condições razoavelmente boas mas não excessivamente gordas à parição.

 

Alterações na Ração

A condição mais comum de stress vista nas propriedades é causada por rápidas alterações na composição dos alimentos ou nos ingredientes alimentares. Evite drásticas ou súbitas alterações nos alimentos ou práticas alimentares, visto que estas tendem a reduzir a produção de leite. Alterações de e para alimentos como silagem, pastagens, polpa cítrica, resíduo de cervejaria e melaço devem ser graduais.

Doenças

Doenças como mastite, cetose, febre do leite, etc., causam consideráveis perdas na indústria leiteira anualmente. Um programa bem elaborado de manejo sanitário é necessário para o combate os muitos potenciais problemas de uma exploração leiteira. Muitas doenças podem ser bem controladas por um bom programa sanitário. Diversas vacinas são utilizadas para prevenção de doenças bacterianas e virais. A ajuda de um bom veterinário e laboratório podem ajudá-lo a controlar e prevenir doenças em seu rebanho.

Stress por Alterações na Rotina

A vaca leiteira rapidamente desenvolve uma rotina normal e qualquer mudança drástica em seus hábitos causa stress. Exemplos deste tipo de stress são ordenha em horários irregulares, ordenha em horários diferentes por problemas com a ordenhadeira ou alimentação fora dos locais e em horários normais. Uma vez estabelecida uma rotina ela deverá ser observada e respeitada o máximo possível.

Manejo Estratégico

Talvez a mais importante estratégia alimentar que um criador pode desenvolver seja um bom sistema de registro das atividades alimentares do dia, semana e mês. Informações sobre ingestão alimentar média e diária pelo grupo, alterações de hábitos alimentares, peso das rações fornecidas e condições gerais dos grupos. A observação freqüente das vacas e sua alimentação geralmente estimula um maior consumo alimentar.